O CURRÍCULO DOS FILMES: HOLOFOTES SOB A HOMOFOBIA

Título: O CURRÍCULO DOS FILMES: HOLOFOTES SOB A HOMOFOBIA

Resumo: O reforço da heteronormatividade – que fundamenta a naturalização da família heterossexual e patriarcal (LIONÇO E DINIZ, 2009) – está em toda parte. Nas ruas, nas escolas, nas religiões, nas mesas de bar, nos filmes. A mídia tem ocupado espaço extraordinário na sociedade, incluindo o campo educacional, “[provavelmente] as pessoas envolvidas no processo educativo [professore@s[1], aluno@s, funcionári@s] se relacionam com ela, [talvez] pela presença ostensiva que os materiais midiáticos têm nas instituições escolares” (SILVA, 2012, p. 1). Diante disso, considerando que a função de educar vem sendo, na contemporaneidade, compartilhada pela mídia (GREEN; BIGUM, 1995), analisar artefatos midiáticos se torna importante. Sabendo-se, igualmente, que o que se ensina e aprende sobre gênero está na escola, mas também está na mídia, este trabalho toma como objeto de análise o currículo de quatro filmes em que a homofobia está presente. Os filmes são aqui compreendidos como um currículo cultural que ensina “modos de ser, estar e fazer considerados adequados e desejáveis” (PARAÍSO, 2002, p. 96). Assim como os filmes, a escola também é compreendida como um currículo, de modo que as relações de gênero e a homofobia se fazem presentes nela e naquel@s a que se endereçam. Toma-se como metodologia a análise do discurso, de inspiração foucaultiana. É centralidade desta investigação, analisar como e quais os discursos sobre homofobia circulam nos filmes “Billy Elliot (2000)”, “Carol (2015)”, “C.R.A.Z.Y. – Loucos de Amor (2005)” e “Madame Satã (2002)”. Tal análise se baseia nos discursos homofóbicos reiterados por outros discursos, como religioso, de ódio, biológico, moralista, que circulam no currículo dos filmes, bem como nas posições de sujeito demandas e divulgadas neles. O argumento central da investigação é de que há uma reiteração do padrão heteronormativo no currículo dos filmes investigados mesmo quando se percebe uma suposta tentativa de romper com padrões tidos como ideais e normais. Coloco como problema desta pesquisa: Como os discursos sobre gênero por meio de discursos homofóbicos têm demandado corpos normalizados em um padrão heteronormativo nos filmes em análise? O conceito central da investigação é currículo, compreendendo-se que ele ensina modos de ser, pensar e agir às pessoas, bem como produz determinados tipos de sujeitos e corpos. Igualmente, o conceito de discurso tem espaço importante, sendo entendido como “práticas que formam sistematicamente os objetos de que falam” (FOUCAULT, 1986, p. 56). Em termos teóricos, esta dissertação se inscreveu no campo dos Estudos Culturais, na versão dos estudos pós-críticos de currículo e trabalha com alguns conceitos baseados nos estudos de Michel Foucault e outr@s pesquisador@s que trabalham com uma perspectiva pós-crítica em educação, dentre os quais estão o currículo, o gênero, a homofobia, a heteronormatividade, a normalização, o discurso, as relações de saber-poder e processos de subjetivação.

Tipo de Defesa: Qualificação

Nome do Discente: Cristiane Lima Rocha

Nome do Orientador: Vândiner Ribeiro

Banca: Profª. Drª Rosana Baptista Santos (FIH/LEC/UFVJM) e Profª. Drª Ivana Alice Teixeira Fonseca (DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA/UFVJM)

Data: 06/09/16

Local: UFVJM – Campus Diamantina (sala do CONSU) e UFRN (Centro de Educação – sala de multimeios 1)

Horário: 09h

[1] Utilizo “@” para a escrita generificada, isso se justifica na importância da minimização do binarismo existente também na linguagem escrita.